Fandango do Paraná: julho 2010

FANDANGO PARANAENSE

quarta-feira, 28 de julho de 2010

BAILE DE FANDANGO EM MORRETES - OS PREPARATIVOS

O sonho de reativar os bailes de fandango aqui em Morretes estão quase se realizando. Já conseguimos o local, graças ao Eric Hunzicker presidente do Rotary Club de Morretes que cedeu a sede para o dia do baile. Estamos em vias de conseguir um ônibus para o transporte do grupo Pés de Ouro de Paranaguá para Morretes e esperamos contar com o apoio dos empresários de Morretes para esse evento. Esperamos também a presença de todos para uma noite de divertimento e cultura. Terá a apresentação do grupo com modas batidas, mãe ca filha e cataia. A entrada será franca.

Quando tivermos a data correta postaremos aqui junto com a foto do cartaz de divulgação.

AGUARDEM!!!

terça-feira, 27 de julho de 2010

GRUPO DE FANDANGO DE SUPERAGUI

O Grupo de Fandango de Superagui é formado pelos violeiros Pedro Miranda, José Squenine, Antonio Leotério, Valdomiro e conta sempre com a participação do Beso da Cotinga. Os bailes sempre são realizados no Bar Akdov em Superagui.

GRUPO DE FANDANGO ILHA DOS VALADARES

Grupo de Fandango Ilha dos Valadares
Formado no ano de 2007, por fandangueiros experientes, a Terceira Idade do Fandango. O Grupo apresenta-se no Mercado do Café, no baile realizado no primeiro sábado de cada mês.

GRUPO DE FANDANGO MESTRE EUGÊNIO

O Grupo de Fandango Mestre Eugênio foi fundado por Eugênio dos Santos. É constituído de adultos e jovens da Ilha dos Valadares. Comandados pelo Seu Eugênio, que possuí uma Casa de Fandango, na Ilha dos Valadares, bairro Sete de Setembro.

GRUPO FOLCLÓRICO MESTRE ROMÃO

Formado desde 1994.  Foi constituído para divulgar a dança do fandango pelo Brasil afora. Participa de diversos festivais nacionais e internacionais de danças folclóricas, além de inúmeras apresentações ao público em solenidades preparadas. É constituído de jovens e fandangueiros da Ilha dos Valadares, em sua maioria.

domingo, 25 de julho de 2010

ASSOCIAÇÃO DE CULTURA POPULAR MANDICUERA

Mandicuéra, o sumo extraído da mandioca no processo de produção da farinha. Extrato este que dá nome à união de diferentes grupos que representam a cultura caiçara do Paraná, mais especificamente de Paranaguá. É nesse caldo que vem sendo geridos, desde 2003, projetos e idéias de fomento à produção da cultura popular local e de articulação comunitária.
O início se deu com a criação do Grupo de Cultura Popular Mandicuéra, que realizou o espetáculo Rufo de Adufo em parceria com o SESC em turnê por 15 estados Brasileiros, unindo fandango, boi-de-mamão e romaria do divino. Fazem parte da associação os grupos Pés-de-Ouro, Caiçaras do Paraná, Grêmio São Vicente, Grupo Mandicuéra, Grupo da Romaria do Divino, Boi de Mamão, Equipe Pamoná de ventrecha de Culinária Tipica entre outros.
Atualmente, a Mandicuera trabalha na elaboração de projetos como Orquestra Rabecônica Brasileira, Casa de Farinha, Fábrica de Instrumentos/ projeto Rabecando. Além do programa Fandango na Escola e de eventos permanentes, Fandango no Mercado, Entrudo de Carnaval, Festa do Fandango, Festa do Divino, Todos realizados em parceria com , Ministério da Cultura, Secretaria do Estado da Cultura Do Paraná.

Objetivos dessas atividades
-Divulgar as atividades populares da região;
-Repassar o conhecimento popular ?restrito?, através de oficinas;
-Incentivar a criação de novos grupos;
-Preservar o patrimônio imaterial do Paraná;
-Realizar a produção artística de grupos e espetáculos locais;
-Formar novos fandangueiros;
-Repassar o ritmo, métrica e todo universo que envolve o fandango batido;
-Colocar as pessoas em contato com uma tradição oral secular.

Histórico
A Associação Mandicuéra foi criada em 2003, sendo oficializada em setembro de 2004. Reunidos com o mesmo nome ? Mandicuéra - desde o início do ano, integrantes de diferentes grupos montaram e realizaram o espetáculo Rufo de Adufo. Com isso, músicos, batedores e produtores perceberam que unidos, os grupos poderiam realizar trabalhos de qualidade e com grande potencial de transformação.
Assim, além do fandango poderia ser feito o auto do Boi-de-Mamão e a Romaria do Divino, manifestações que ainda persistem na memória da população local. Com esse intuito, foi criada a Associação Mandicuéra de Cultura Popular Paranaense.

O evento Fandango no Mercado, idealizado pela Mandicuéra e tendo sua primeira realização em parceria com a Prefeitura Municipal de Paranaguá revitalizou esta manifestação como antigamente, foi dançado o baile nos três dias de carnaval, reunindo dezenas de pessoas no Mercado do Café. Foi diversão até o amanhecer e que rendeu à comunidade parnanguara a continuidade do evento, que agora é realizado, um sábado por mês.
Além de eventos, a Associação Mandicuéra também tem trabalhado no setor da educação, participando de projetos como o Paraná Fazendo Arte, da Secretaria do Estado da Cultura do Paraná e produzindo projetos como o Fandango nas Escolas, realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e que atinge todas as escolas estaduais do litoral do Paraná, prevendo recursos didáticos, materiais e humano.


O QUE É O FANDANGO CAIÇARA?

O Fandango é um termo utilizado para definir uma série de manifestações populares, sendo normalmente associado a um baile “ruidoso”. Nos Litorais Sul e Sudeste do país, é um gênero que reúne dança e música e está fortemente associado à cultura caiçara. Sua prática envolve a fabricação e a execução de instrumentos como a viola de fandango, a rabeca e o adufo. Seu ambiente envolve também a organização de mutirões e trabalhos de pesquisa e afirmação cultural das práticas caiçaras locais.

Sua música é bastante complexa. Cada forma, definida pelo mestre violeiro, é chamada de “marca” ou “moda”, dependendo da região. Esta é acompanhada por danças específicas que se dividem em basicamente em duas categorias: os “valsados” (ou bailados) - dançados em pares por homens e mulheres - e os “batidos” (ou rufados), onde as mulheres acompanham os dançadores em coreografias, marcadas pelo batido no assoalho de tamancos de madeira.

BAILE DE FANDANGO EM SUPERAGUI

Neste sábado (24/07) teve baile de fandango no bar Akdov em Superagui. Estiveram presentes os fandangueiros Pedro Miranda, José Squenine, Leonildo Pereira, Beso da Cotinga e Valdomiro.  


O Bar Akdov está de cara nova. O Laurentino Pintou as paredes de branco e os vigamentos internos, janelas e mesas em azul. Ficou excelente. Mas as pinturas deixadas pelos amigos foram preservadas como a concha e o tigre.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

VII FESTIVAL DE ARTE E CULTURA POPULAR DO LITORAL PARANAENSE


Durante os dias 20 a 25 de julho estará sendo realizado em Paranaguá o VII Festival de arte e cultura popular do litoral paranaense, cuja abertura foi no Museu de Arqueologia  e Etnologia de Paranaguá com a apresentação do filme "Mané da Paz" do cinegrafista Celso Luck Junior e palestras do IV Fórum Identidade Paraná, degustação de barreado e "Mãe ca filha" e apresentação do Grupo de Fandango Pés de Ouro. O Festival terá várias oficinas sobre artesanato com couro de peixe, fibra de bananeira, argila e cerâmica, cipó e oficinas de música como prática em orquestra e violão. Contará também com oficinas sobre fandango, caricaturas, teatro e canto de coral e várias mostras de artes.

No dia 24 - sábado às 22 horas será realizado baile de fandango no Mercado do Café e no domingo mostrado resultado das oficinas no Museu de Arqueologia e Etnologia de Paranaguá.

Vídeo da apresentação do Grupo de Fandango Pés de Ouro
Veteranos e Jovens

quarta-feira, 21 de julho de 2010

MESTRE FAUSTINO - O ÚLTIMO MESTRE DA BANDEIRA DE GUARAQUEÇABA

O Fandango Caiçara perdeu um dos mais exemplares MESTRES. Homem simples, humilde, muito fervoroso em sua crença e fé no Divino Espirito Santo, violeiro, rabequeiro, mestre de Fandango e de Romaria...
Faleceu neste dia 18 de julho o Mestre Faustino (Fausto Mendonça).


Fausto Mendonça nasceu no Varadouro em 1917, filho de José Vítor Mendonça e Teresa Costa. Há cerca de 65 anos residia na comunidade de Vila Fátima, onde criou a família juntamente com a esposa Dona Cida (In Memoriam), entre eles, Zé Norberto (pai do violeiro Marcelinho), Amilton, grande rabequeiro e João Mendonça, grande violeiro, dons herdados do grande mestre e pai, Faustino, como carinhosamente era chamado.


Com sua rabeca no "ranchinho", ali nos deliciamos muitas vezes ao som deste mágico instrumento, quando tocado pelas mãos deste Mestre.


Faustino era o último folião da Romaria do Divino Espírito Santo de Guaraqueçaba, época em que acompanhava a equipe do pai como Tipe e alguns anos depois assumiu a posição de Mestre, levando a Bandeira do Espírito Santo às comunidades de Ilha Rasa, Tagaçaba, Serra Negra, Itaqui, Guaraqueçaba... saiu também como Mestre da Bandeira de São Luiz de Ariri e de São José de Ararapira.
Quando era Mestre da Romaria de Guaraqueçaba presenciou a seguinte história, que me narrou:

“certa vez, a Romaria estava chegando numa casa e a dona desta, saia para colher arroz e mesmo vendo que se aproximavam não deixou o trabalho, dando as costas para a Romaria, indo para a roça. Os foliões se aproximaram da casa e como ninguém veio buscar a Bandeira, prosseguiram a Romaria. Após terem visitados as casas daquela comunidade, no retorno, ao se aproximarem daquela casa que não os recebera, foram convidados a entrar, por parentes daquela senhora que não os recebeu, pois esta estava enferma e queria pagar a promessa que fizera. Dias antes, quando a Romaria passou e ela foi pra roça colher arroz, caiu um grão de arroz em seus olhos e ela ficou cega, prometendo ao Divino Espírito Santo, que quando retornasse aquela Romaria, passando em sua casa, iria recebê-lo. Cumprindo, milagrosamente recuperou a visão”.

Faustino, no ano de 2008, recebeu o Prêmio Culturas Populares Mestre Humberto Maracanã da Secretaria da Diversidade Cultural/Ministério da Cultura.

“fandango de Intruido / semana de brincadeira / que começa no domingo / termina segunda-feira / essa modinha aprendi / lá no porto da Ribeira / no cravo da laranjeira”.

Fonte: Nosso Pixirum - Informativo Juvenil de Guaraqueçaba

domingo, 11 de julho de 2010

SEU ANTONIO CARDOSO

Seu Antonio Cardoso mora na praia deserta, logo na chegada da trilha. Ele gosta de fandango, sendo um dos tocadores do "bumbinho" ou atabaque. Pra dançar não perde tempo, com aquele gingado especial que é só dele.


Seu Antonio Cardoso na "casa de fogo"

sábado, 10 de julho de 2010

Dorçulina Fagundes Eiglmeier - A dama do Fandango Caiçara

Dona Dorçulina nasceu no Rocio, em Guaraqueçaba no dia 26 de agosto de 1915, filha de Antônio Martins Fagundes e Ermelina Maria do Carmo. Seu pai, um grande violeiro de fandango. Casou-se com o alemão Otto Eiglmeier, com quem teve doze filhos. Mudara-se para Rolândia, durante a guerra mundial, retornando para sua Guaraqueçaba anos mais tarde.
Muitos de nós, fandangueiros e eternos amantes deste fandango, com certeza estivemos por horas nos deliciando nas histórias que Dona Dorçulina nos conta. Quanto aprendizado e que memória. Seguem fragmentos de depoimentos que pudemos recolher nestes anos de amizade:
- “Quando tinha Fandango de Finta era assim. Queria fazer um Fandango, então por acaso, não é de trabalho não é nada. Amanhã é sábado, vamos fazê um fandango. Então saiam pedir em cada casa, que cada um dava um dinhero pra comprá pinga, comprá café, comprá açúcar, pão, comprá tudo pra fazê o fandango”.
- “Nos bailes, quem não trabalhava não entrava. As vez fazia questão que entrasse se fosse pessoa boa né. Ia lá e falava pro dono da casa, daí o dono dizia, bom o baile é dos que trabalhou né. Aí chamava o pessoal e vejam que ele qué entra no baile. Se era safado não ia não. Não queria trabalhá mas queria i no baile. Acontecia que as vez chegava uma pessoa que não sabia daquele baile . Daí então eles recolhiam né”.

- “No Gambá a primeira camada de arroz era só o home que batia. Depois que ficava mais pouco, as mulher também dançava e era valsado e batido. Afastavam e punham outra camada de arroz. Batiam na noite ali. Era onze arqueres e boca da noite servia café com pão, meia noite café, pelas duas da madrugada café e pinguinha. Não tinha comida. Mas não era co tamanco. Era só com o pé mesmo”.
- "Esse multirão não é de hoje. Já os escravos faziam né, trabalhavam de mutirão. Tinha também a Pacotilha, onde você tem a roça aqui. Convida 4 ou 5 pessoa, trabalha e acaba aqui naquele dia. Outro dia faz mesmo pro outro. Mas não tem baile”.

MASSAROTTO, sobre Dona Dorçulina, escreveu: "... ela não se alfabetizou, mas decorava as cartilhas do irmão mais novo, que ela mesma, matriculou na escola, e, desta forma, aprendeu a ler e a escrever o próprio nome. Ela sabe muitas histórias advindas da cultura do fandango, assim como das relações sociais da década de 20 em diante. Tem uma memória riquíssima, além de um ótimo humor. Observei que, muitos pesquisadores já tiveram contato com Dursulina, e que, por isso, ela sente-se a vontade para contar suas histórias e experiências, visto que, desta forma, ela sempre tem com quem conversar e partilhar sobre suas experiências de vida. Durante a entrevista, pude experimentar seu cafezinho várias vezes, que, como um elo a mais, consolidou nossos contatos e relação de amizade. A hospitalidade e generosidade me conquistou".

Dorçulina é sócia fundadora da Associação dos Fandangueiros do Município de Guaraqueçaba, juntamente com seu filho Zéco, atual presidente desta instituição.


Dona Dorçulina (foto Zé Muniz)

Vera Mussi (Sec. Cultura PR), Rebeca (IPHAN), Dorçulina (Associação dos Fandangueiros), Leonildo Pereira e Bonifácio

No ano de 2008, durante o II Encontro de Fandango (26/07) e Cultura Caiçara, juntamente com Leonildo Pereira, entregaram ao IPHAN, o pedido de registro do Fandango Caiçara como Patrimônio Imaterial do Brasil.
No dia 03 de fevereiro de 2010, Dona Dorçulina foi agraciada com o Prêmio de Culturas Populares Mestra Izabel, porém, infelismente não pode ver tal reconhecimento em vida, pois faleceu no dia 04 de janeiro.
Fonte: Nosso Pixirum - Informativo Juvenil - Guaraqueçaba

segunda-feira, 5 de julho de 2010

8ª FESTA DA TAINHA - ILHA DOS VALADARES

Aconteceu nos dias 2, 3 e 4 de julho a 8ª Festa da Tainha da Ilha dos Valadares, uma realização da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes e CAE. A festa foi abrilhantada por diversos grupos musicais, incluindo os grupos de fandando do Mestre Basílio, Mestre Romão e do Grupo Pés de Ouro, cujas apresentações de seus grupos mirins tiraram palmas do público que assistia. Muita tainha recheada, camarão, salgados e quentão fizeram a alegria de todos que visitaram a festa. Visitantes de várias cidades do Paraná e de outros estados marcaram presença presgiando o evento e conhecendo o fandango do nosso litoral.