“antigamente os caçadores proibiam as crianças de irem no mato ver a dança dos Tangarás. O Tangará é um passarinho bonito, tem o pulo de galho em galho como que se tivesse dançando, e sempre seguindo um líder, que vai na frente; Logo dá a despedida com um canto triste “trrrrchiiii” e todos param de pular. Por ser bonito de ver, as crianças seguiam no mato e certa vez uma criança foi ver a dança dos tangarás no mato, foi indo, foi indo e chegou no inferno. Por isso é proibido de ver".
Conta José Hipólito Muniz.
Conta José Hipólito Muniz.
Os Tangarás nasceram da desgraça de uma família, “Os Filhos do Chico Santos”, como narra LEITE em “A Dança dos Tangarás”:
“...os filhos do Chico Santos. Que gente pra gosta de dança! Dançavam por nada. Fandangueavam até na roça, interrompendo o trabalho. Batiam os tamancos no chão quase todas as noites. Uma vez, meu senhor, estávamos na Semana Santa! Pois não é que a rapaziada inventou de fazer um fandango? E fez. Dançaram até de manhã. Mas Deus, que vê tudo, castigou os dançarinos. E sabe o fez? Deu a bexiga nos filhos do Chico Santos. E cada um que ia morrendo ia virando passarinho, o Tangarás. E agora andam aí cumprindo o seu fado... O meu avô sabia dessa história, por isso nunca dançamo na quaresma...”
Sobre a famosa, bonita e um tanto intrigante “Dança dos Tangarás”, MIRA em “A Dança dos Tangarás II”, a descreve:
“...Em bando de oito a dez, sob o comando de um. Nos momentos de canto, reúnem-se no galho de uma árvore e ao sinal do Tangará diretor que pousa noutro galho fronteiro, iniciam o gorjeio. O maestro modula, em solo, um cântico dobrado, ora terno, ora vibrante, as penas meio alvoroçadas pelo ardor da modulação, a cabecinha esticada, o bico entreaberto e o pescoço a regurgitar-se e, a retrair-se na emissão das notas delicadas que se espalham pelo silêncio da mata. E permanece, assim, dois três minutos...Quando termina o hino rompem os demais em coro. As vozes se reúnem, se combinam, estridulam uniformes, todas as cabecinhas se distendem igualmente para a frente, todos os pescoços tem os mesmos movimentos, todos os bicos desferem o mesmo canto macio, cheio, vivo, sonoro, extasiador. Há um descanso rápido. Os Tangarás saltitam aos pares ou isolados, pelo arvoredo. Eis, porém, que o maestro trila, de novo, e todos acodem celeremente, retomando o seu posto: o bando num galho e o chefe no outro, como a princípio. E, unissonamente, galhardamente, a encantadora e plumosa orquestra irrompe, a um só tempo, numa espécie de bailado, pondo-se o Tangará maestro a saltitar em ida e volta do seu galho para o outro em que estão os companheiros, ao mesmo tempo que estes, sempre a gorjear, pulam, também, uns sobre os outros, de modo que os primeiros vão ficar atrás dos últimos e depois estes atrás dos primeiros. E de longe vêm as últimas vibrações do belíssimo bailado”..Nas modas de fandango, o Tangará também é lembrado, como cantava a saudosa dona Dorçulina Eiglmeier (In Memoriam), dizendo se tratar de “uma moda em que é feita uma fileira de homens de um lado e de mulheres de outro. Os homens batem os tamancos e vão até o meio encontrando com as mulheres e rodopiam”.
“No domingo bem cedinho / fui na fonte me lavá
de lá vim admirado / de vê a dança do Tangará”.
de lá vim admirado / de vê a dança do Tangará”.
REFERÊNCIAS:
LEITE, Ofir. “A dança dos Tangarás I”. IN: “estórias e lendas de São Paulo, Paraná e Santa Catarina”, Pg 14-16.
MIRA, Crispim. “A Dança dos Tangarás II”. IN: “estórias e Lendas de São Paulo, Paraná e Santa Catarina”, pg 17 e 18.
MUNIZ, José Carlos. Fandango na alma caiçara. Do autor. Inédito.
DEPOIMENTOS:
Dorçulina Fagundes Eiglmeier (In Memorian), José Hipólito Muniz.
LEITE, Ofir. “A dança dos Tangarás I”. IN: “estórias e lendas de São Paulo, Paraná e Santa Catarina”, Pg 14-16.
MIRA, Crispim. “A Dança dos Tangarás II”. IN: “estórias e Lendas de São Paulo, Paraná e Santa Catarina”, pg 17 e 18.
MUNIZ, José Carlos. Fandango na alma caiçara. Do autor. Inédito.
DEPOIMENTOS:
Dorçulina Fagundes Eiglmeier (In Memorian), José Hipólito Muniz.
Fonte: http://informativo-nossopixirum.blogspot.com
Zé Muniz
Zé Muniz
Adorei a lenda do Tangará! Irei trabalhar com meus alunos e apresentar em uma gincana que fomos convidados a participar.
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