Nascido no Rio Sagrado, região de Morretes, filho de Manoel dos Santos, também construtor de rabecas. Aprendeu a fazer instrumentos observando o pai trabalhar.
Sua primeira rabeca surgiu de uma forma copiada de um violino que lhe encomendaram para conserto. Daí aprimorou a habilidade, ficando conhecido como exímio construtor de rabecas e violas. Utiliza-se de ferramentas simples, adaptando objetos caseiros e, também, inventando outros que lhe facilitam o ofício. Para calcular as medidas necessárias à confecção exata dos instrumentos, utiliza simplesmente os olhos, o que lhe propicia construir, a cada vez, um instrumento diferente do anterior. Suas rabecas são bastante apreciadas por diversos instrumentistas já consagrados e também por turistas estrangeiros. Paralelamente ao trabalho com as rabecas, Martinho trabalha em uma roça próxima à sua casa, cuidando e cortando madeira. O dono da roça lhe permite utilizar a madeira de que necessita para o trabalho com os instrumentos. Essa madeira, portanto, lhe chega sem qualquer beneficiamento. Não havendo em sua oficina, que se situa em uma parte de sua própria casa, nenhum tipo de máquina para beneficiar madeira, ele realizava o trabalho com instrumentos manuais , como o serrote, plaina, lixa, ou com outros que ele mesmo vai adaptando e inventando.
Na verdade, a "rebeca", como ele a chamava, a viola e os outros instrumentos eram para ele possibilidades de contatar pessoas diferentes, ligadas ao universo da arte. Seu Martinho se orgulhava de já ter construído de 1500 a 2000 instrumentos.
Além de compor casualmente, tocava viola e cantava músicas do fandango em dupla com seu amigo Marinho. Os dois eram muitas vezes convidados para apresentações em festas folclóricas em diversas cidades próximas a Morretes e na Festa Feira Agrícola e Artesanal de Morretes.
Seu Martinho tinha seu jeito próprio de cantar, improvisando os versos de suas modas e tocando sua viola de 10 cordas. Como ele não vai ter ninguém mais. Uma grande perda para a nossa cultura e para Morretes.
Seu sepultamento foi hoje, 15 de novembro às 16:00 horas no Cemitério de Morretes.
Descanse em paz seu Martinho!
Mestre Martinho em sua oficina |
nossa, que triste! eu gostei muito dele, ele tinha um jeito bem especial. Menos um da velha escola....
ResponderExcluirÉ com muito pesar que recebemos essa notícia. Que as lições do Mestre sejam aprendidas. Que o seu legado permaneça e seja divulgado.
ResponderExcluirTemos nossa Ciranda Caiçara aqui em Paraty, e sinto o quanto se perde, essas pessoas que muito se orgulhamos de chamar de Mestre. Salve seu Martinho e que continuemos nossa missão para que uma perda dessa, nunca passe em vão.
ResponderExcluirO seu Martinhos era tio da minha mãe, e como ele, era, uma pessoa talentosa, e simples de coração, com esse legado ,que nós deixou para cultura paranaense ,principalmente ao o litoral, aonde ele morava na Cidade de Morretes..
ResponderExcluir